CONDOMINIOS PARA PESSOAS ACIMA DE 50 ANOS.
Condomínios criados no Brasil para pessoas acima dos 50 anos
Maya Santana, 50emais
Um dos assuntos que mais chamam a atenção das pessoas que visitam o 50emais são os condomínios que vêm surgindo para quem já passou dos 50 anos. Existe muitos deles espalhados pelo Brasil. Os preços para se morar num lugar destes variam muito. Há desde aqueles com preços proibitivos, pois são caros demais para o bolso das pessoas comuns, até os projetados para gente com renda mais baixa. Encontrei este artigo no site hometeka.com.br sobre três condomínios, dois no estado de São Paulo e um na Paraíba, todos destinados a quem tem renda menor. Já falei dos três separadamente aqui no 50emais.
Leia:
Ao longo da vida, temos diversas ambições, e uma delas é chegar à terceira idade vivendo com dignidade, saúde e bem-estar. Só que isso nem sempre é possível para muitos idosos, que por falta de oportunidades, apoio da família e/ou situação financeira, acabam morando em casas inseguras ou até mesmo indo parar em asilos em condições precárias.
Existem conjuntos residenciais exclusivos para idosos em todo o mundo, com estruturas fenomenais, atividades físicas e cuidadores à disposição 24 horas por dia para os senhores e senhoras. No entanto, viver nestes locais tem um custo elevadíssimo — alguns aqui no Brasil chegam a ter mensalidades de mais de R$ 10.000.
Mas, então, o que fazer para resolver essa situação e proporcionar qualidade de vida também aos idosos com menor poder aquisitivo? Foi pensando nisso que alguns governos e organizações brasileiras construíram condomínios acessíveis voltados para idosos em diferentes estados do país. Conheça alguns deles agora:
Inaugurado em 2014 na cidade de João Pessoa, o programa Cidade Madura é uma iniciativa do governo da Paraíba destinada a idosos de baixa renda. Possui mais duas unidades — uma em Campina Grande e outra em Cajazeiras — e cada uma conta com 40 casas adaptadas de 54 m².
O condomínio oferece posto de saúde, academia ao ar livre, horta comunitária, pista de caminhada, centro de convivência com salão, salas de aula, de TV e de fisioterapia, copa, banheiros acessíveis e até um redário, e o investimento total do governo paraibano foi de R$12 milhões nas três unidades.
Quem pode viver no Cidade Madura? Idosos a partir dos 60 anos — preferencialmente quem vive há mais de dois anos na cidade — com renda de até cinco salários mínimos, que morem sozinhos ou apenas com os cônjuges e possuam autonomia para realizar atividades diárias. Os beneficiados pagam apenas uma taxa de condomínio e podem viver lá o tempo que quiserem e precisarem.
Como as casas pertencem ao Estado, os moradores não podem modificá-las, alugá-las ou cedê-las por conta própria. Da mesma forma, quando um residente desiste da casa ou falece, não existe a possibilidade da casa ser passada como herança para alguém da família do idoso.
A AGERIP — Associação Geronto Geriátrica de São José do Rio Preto — é uma organização não-filantrópica e sem fins lucrativos que desenvolveu o Projeto AGERIP em 1975 para garantir um envelhecer com dignidade, segurança e conforto para as pessoas.
Um dos diferenciais do AGERIP é a oferta de diferentes tipos de construções e a possibilidade de se associar e adquirir uma reserva mesmo antes de completar a idade mínima para morar no condomínio.
Em termos de infraestrutura, o residencial possui três categorias que atendem a diversos tipos de necessidade:
Suítes: com 63,55 m² de área de construção, são compostas por dormitório, banheiro acessível, sala com minicopa e garagem ou varanda. As suítes são adquiridas a preço de custo pelo sistema de comodato — contrato em que algo insubstituível é cedido a alguém temporariamente e depois deve ser restituído.
Apartamentos: ocupados pelos associados que moram sozinhos ou com um cônjuge. São compostos de um quarto planejado com um banheiro acessível e mobiliados pelos moradores. Nesta categoria e nas suítes, são oferecidos os serviços de enfermagem e cuidadores.
Chalés: construídos pelos próprios moradores em terrenos também cedidos por comodato, os lotes são de 400 m² e as casas podem variar entre 60 m² e 160 m².
Além das moradias, o AGERIP oferece diversas atividades para seus moradores, como hidroginástica, dança de salão, pilates, bordado, artesanato, terapia em grupo e muito mais. As refeições são realizadas no restaurante do condomínio sob a supervisão de nutricionistas e são realizados almoços especiais, bailes, excursões e outros eventos para o lazer dos associados.
Quem pode viver no AGERIP? Nos apartamentos, idosos a partir de 60 anos; nas suítes e nos chalés, a partir dos 50; e qualquer associado com mais de 40 anos de idade pode usufruir das atividades oferecidas no condomínio.
A associação tem mais de 750 associados atualmente, e a sede conta com mais de 100 construções prontas e mais algumas em produção. São 1000 títulos disponíveis, sendo 100 para reserva patrimonial, que pode ser feita por pessoas de qualquer idade e transferidas de pais para filhos. Após adquirir o certificado do Título Patrimonial, o associado passa a contribuir com a mensalidade do título. É possível saber com mais detalhes como se tornar um associado. Clique aqui.
Instituído em 2009 em uma parceria entre a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), secretarias e prefeituras de municípios paulistas, o Programa Vila Dignidade também é voltado a idosos independentes de baixa renda e já conta com unidades em cidades como Ribeirão Preto, Avaré e Mogi das Cruzes.
Com o objetivo de proteger os moradores e preservar suas condições de autonomia, os residenciais foram projetados segundo o conceito do Desenho Universal, que facilita o uso da moradia por qualquer pessoa com dificuldade de locomoção, seja temporária ou permanente.
Assim, todas as casas possuem itens de acessibilidade, como barras de apoio, portas e corredores mais largos, rampas de acesso e pisos antiderrapantes. Outro diferencial é o “botão de pânico” no banheiro e quarto, que pode ser acionado para avisar os vizinhos caso o morador sofra algum acidente doméstico.
Na unidade de Avaré – onde os imóveis contam até com aquecedor solar – os recursos de acessibilidade também foram instalados nas áreas comuns do condomínio, que oferece salão para festas, cursos, reuniões e mais eventos. A vila ainda possui um posto do Acessa SP com acesso à internet e monitores para promover a inclusão digital dos residentes.
Quem pode viver na Vila Dignidade? Idosos a partir dos 60 anos — preferencialmente quem vive há mais de dois anos na cidade — com renda de até dois salários mínimos, que vivam sozinhos e possuam autonomia para realizar atividades diárias. Os beneficiados são indicados pelo Conselho Municipal de Idosos, recebem assitência social e participam de atividades socioculturais e de lazer.
No caso da unidade de Mogi das Cruzes, o prefeito Marco Bertaiolli disse que toda a vila é acessível, e caso algum idoso necessite de cuidados por problemas de saúde, estará sob responsabilidade da Prefeitura e será transferido para alguma unidade de saúde do município que possua cuidadores.
Apesar de toda a repercussão positiva, também há quem critique essas iniciativas por acreditar que os idosos não deveriam viver “isolados” da sociedade, em um local exclusivo para eles. Também existe a dúvida sobre como fica a situação dos moradores que perdem autonomia nesses condomínios, já que eles devem morar sozinhos — ou apenas com o cônjuge — e muitos não possuem familiares que possam abrigá-los e auxiliá-los fora de lá.
Entretanto, não restam dúvidas de que ideias como o Cidade Madura, AGERIP e Vila Dignidade são de extrema importância para promover qualidade de vida, conforto e segurança a pessoas que tanto já contribuíram para a sociedade.
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