VIVER SOZINHA? CLARO QUE PODE.

Por muito tempo, o filme “Ele não está tão afim de você” foi um dos filmes mais significativos na minha vida. O enredo é basicamente focado na vida de Gigi, personagem de Ginnifer Goodwin, que passa a vida buscando um alguém pra chamar de seu. E em meio a isso deparando-se com vários adágios acerca de encontrar alguém e permanecer com esse alguém, passando a maior parte do tempo se frustrando. Tudo isso devido sua ansiedade por uma relação, o drama exarcerbado, e ânsia de não ser mais sozinha.
Em meio a história de Gigi, nos deparamos com outras histórias, como a da personagem de Jennifer Aniston, que namora há anos, mas seu parceiro se recusa a dar um passo adiante. Ou como a história da personagem de Scarlet Johansson, que se envolve com um homem casado, mesmo tendo ao seus pés alguém que faria tudo por ela. Homem casado esse, interpretado pelo Bradley Cooper, que se encontra em desagrado com a relação dele com a esposa.
No começo me identificava absurdamente com Gigi. Sempre tive a ânsia de não ser sozinha, de estar com alguém, de conhecer alguém que vai me tratar como eu sempre quis. Me empolgo, dou tudo de mim, e quando não dá certo, nossa, fim do mundo! Culpo a mim, ao outro, a terra, o céu, e quem mais eu puder culpar. Corro atrás de pessoas que me digam que afinal, “ele vai voltar”, ou “ele vai reconhecer seu valor”, ou “conheço uma menina que teve a mesma história, e no fim ele viu que a falta que ele sentia só ela poderia suprir”. MENTIRA.
E é por ser mentira que, hoje, mais do que nunca, meu maior exemplo desse filme é a personagem Janine, interpretada pela atriz Jennifer Connelly, esposa do personagem de Bradley Cooper. Ela fez de tudo pra ser mais pelo marido, pra que eles dessem certo. Para ela descobrir tudo que ele já vinha escondendo dela. Mas no fim, mesmo com o aparente desastre caído sobre sua vida, ela continuou. Ela se libertou de tudo que a fazia menos. E no fim ela terminou sozinha.
Mas quem foi que disse que pra gente ser feliz a gente precisa de alguém? Besteira. Enquanto não formos o melhor de nós para nós mesmos, nunca seremos o melhor de nós para alguém.
Viveremos atrás de alguém, e esse alguém não bastará, e aí partiremos para outra, e encontraremos problema, e aí partiremos para outra. E tudo isso se tornará um ciclo vicioso e nós nos tornaremos destruidores ambulantes de corações. Nosso coração vai se tornar preguiçoso, e nunca vamos enxergar o problema óbvio: Nós mesmos.
Nós somos o problema para nossa própria felicidade. Enquanto nós buscarmos em outras pessoas o que necessita achar dentro de nós mesmos, nós nunca seremos plenamente felizes. Sempre sairemos de um relacionamento alegando “ faltar algo”, ou “ o sentimento não ter crescido como deveria”, quando na verdade o que falta somos nós mesmos. O que falta é seu discernimento para se tornar alguém inteiro, alguém sem necessidade de estar com outra pessoa, mas que está com a pessoa por que quer.
E quando finalmente enxergarmos que sozinho somos inteiros, e que um final feliz nem sempre inclui um outro alguém, que as vezes inclui somente se aceitar, se bastar e se tornar a melhor versão de nos a cada dia é aí que estaremos prontos para ser dois.
Afinal, ninguém quer metades. Então, que olhemos para nós mesmos, para bem dentro de nós, e nos perguntemos: O que estou fazendo? Por que estou em um relacionamento? Por carência? Por não estar tranquilo comigo mesmo? Por vaidade? Por que eu tenho uma péssima notícia para você, meu caro amigo: Enquanto você caminhar pelos corações alheios procurando se satisfazer unicamente, você nunca será plenamente feliz. Resolva-se! Encontre-se! Complete-se primeiro. E depois dê o melhor de você para alguém. Por que nem de longe nosso final feliz pode se resumir em alguém sanando buracos que nós mesmos devemos preencher.
Deixo abaixo a estrofe final do filme “Ele não está tão afim de voce”:
“Ensinam muitas coisas as garotas: Se um cara lhe machuca, ele gosta de você. Nunca tente aparar a própria franja. E um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: A reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas as vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão te deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isso: Saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança.”
 
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Escrito por Beatriz Rodrigues – Via Obvious
thesecret.tv.br

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