SÓ NÓS SABEMOS DE NOSSAS VIDAS.
A gente pede opinião. Não tem jeito. Queremos saber o que a amiga acha de irmos ao casamento de um amigo em comum com aquele vestido que compramos em uma liquidação. Saber o que o nosso amigo empresário e bem sucedido tem para nos dizer sobre abrir um negócio em uma região que ele mal conhece. Saber o que o nosso irmão, pai e namorado acham sobre trocarmos de carro.
Tem também as opiniões e comentários que não pedimos, mas volta e meia surgem cheios de firmeza sobre o que devemos fazer e qual caminho seguir. Geralmente, começam com “não faça isso”, “acho que você deveria” ou “se eu fosse você...”
Você conta para uma amiga que aceitou uma oferta de emprego em uma multinacional americana e ela diz “não acredito que você fez isso. Deve ser mega burocrático trabalhar lá. Você não vai mais ter vida. Conheço uma pessoa que trabalha lá e odeia, só reclama.”
Você fala para o seu irmão que vai sair do emprego atual que odeia para investir em um sonho antigo de empreender na área social e ele diz “se eu fosse você não faria isso.”
A gente pede opiniões demais e levamos em conta o que quer que as pessoas digam. É claro que, se pedimos uma opinião, temos que estar abertos ao que o outro tem para nos falar, porém precisamos também ponderar, levar ou não em consideração e, então, decidir o que faremos.
Às vezes, pedimos uma opinião torcendo para que as pessoas digam o que queremos ouvir. É como se fosse o empurrãozinho que precisamos para seguir em frente. Só o que precisamos ouvir é “vai fundo. O máximo que pode acontecer é dar errado. Mas você nunca vai saber se não tentar”, porém nem sempre esse empurrãozinho vem, o que nos deixa frustrados.
Muitas vezes, as pessoas dão opiniões baseadas apenas em reflexões pessoais, não tem propriedade sobre àquele assunto e nem achamos que faz sentido o que ela nos falou. Mas, mesmo assim, nos desanimamos um pouco com o que elas nos disseram e nos sentimos mais distante de fazer o que gostaríamos.
A verdade é que opiniões demais só atrapalham. Claro que familiares e amigos querem o melhor pra gente. Mas só nós sabemos o que é realmente melhor para nós mesmos.
Por isso, não adianta perguntar a opinião de todo mundo para, então, tomar uma decisão. Senão acabamos virando refém do que os outros acham. Não podemos esperar o consentimento de todos para fazer algo, pois nunca o teremos, visto que as pessoas pensam de formas diferentes. E isso também não será garantia de que teremos sucesso!
Alie-se a pessoas que sabem ponderar ao te dar um conselho. É preciso ter gente sonhadora com a gente, é preciso ter gente que sonhe com os pés no chão ao nosso lado.
Mas, no final, lembre-se: A decisão é sempre sua.
Se alguém te deu uma opinião que você não pediu ou não faz sentido para você, esqueça. Simples assim. Se você acredita que pode dar certo, mas não tem certeza, confia no seu feeling. Na vida não temos certeza de quase nada. Tudo é bem incerto.
Uma coisa da qual temos certeza é a de que podemos nos arrepender das coisas que deixamos de fazer. E, quando refletirmos sobre por que desistimos daquele sonho ou deixamos de apostar em algo que queríamos, não poderemos voltar no tempo e nem culpar ninguém por isso. A culpa é somente nossa. Tão nossa quanto a decisão que tomamos.
Então, pare e reflita se você está vivendo a vida que gostaria ou uma vida baseada no que os outros acham que é melhor para você.
E se você está afim, de verdade, de fazer algo, acredita naquilo, mesmo com todos os obstáculos que possa vir a enfrentar e sabendo que pode não dar certo, vai lá e faz.
Se não der certo e alguém te disser “viu, eu te avisei”, você não vai se importar. O sentimento de fazer o que você tem vontade e acredita, mesmo que dê errado, é maior do que qualquer “eu te avisei”. Afinal de contas, da nossa vida, só a gente sabe.
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textode camila cacau
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