TEXTURAS DOS ALIMENTOS

 Acrescentar diferentes texturas às refeições é importante para estimular o paladar - iStock

Acrescentar diferentes texturas às refeições é importante para estimular o paladarImagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

20/04/2021 04h00

Numa escala de 0 a 10, quão importante é para você a textura dos alimentos? Talvez os gosmentos não sejam seus favoritos, ou talvez aquele purê de batatas bem cremoso faça seu coração bater mais forte. E mesmo que você nunca tenha parado para pensar nisso ou simplesmente não se importe muito com essa conversa, as texturas são tão importantes para a formação do paladar quanto o sabor ou o aspecto dos alimentos.

"Junto com o cheiro e a temperatura, além do sabor, a textura é mais uma informação que o cérebro usa para identificar o que está sendo ingerido", afirma Ana Kátia Moura Lopes, nutricionista e chefe da Nutrição Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza (CE).

Não à toa, durante a fase de introdução alimentar, é importante que a criança seja exposta ao maior número de texturas possíveis —o mesmo alimento, inclusive, pode ser apresentado em mais de uma forma justamente para estimular os sentidos dos pequenos.

Conhecendo as texturas

As crianças começam se alimentando com texturas pastosas a partir dos seis meses de idade e vão evoluindo para alimentos mais sólidos e "pedaçudos" até completarem um ano. Isso é importante pois a criança ainda precisa desenvolver a mastigação, trabalhando o tônus muscular da região facial.

Nessa fase da vida, os movimentos mandibulares ainda são simples, mas vão se tornando cada vez mais complexos, como os da língua, segundo a fonoaudióloga Gislaine Folha, especialista em motricidade orofacial e professora da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) da USP. Isso significa que a exposição às texturas também estimula o aprendizado sobre o que fazer com os alimentos quando eles entram na boca.

Mas a exposição às texturas não deve ser feita apenas pela boca. "Exploração com papéis, brinquedos texturizados, brincadeiras no banho, além de diferentes preparos e apresentações dos alimentos, aumentam esse repertório na criança", afirma Patrícia Iucif, terapeuta ocupacional especializada em questões sensoriais de Ribeirão Preto (SP).

Quando isso não é feito de forma satisfatória, ou seja, aproveitando as "janelas" de desenvolvimento em que a criança está mais propícia a aceitar novas texturas e a provar os alimentos, pode haver prejuízos para ela. "Elas podem apresentar dificuldades tanto pela falta de estímulos para o crescimento e desenvolvimento muscular e crânio facial, como também na aceitação de novas texturas", explica a especialista.

uol viverbem

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