QUEM CALA CONSENTE OU COMO SENTE?
Quem cala como sente?
Há um famoso ditado que diz: “a palavra é prata, o silêncio é ouro.” E isso é uma grande verdade! O grande problema está na sabedoria de uso das palavras e na forma como nos silenciamos.
Acredito que a coerência com as palavras deveria ser nato do ser humano, mas, infelizmente, não é assim. Aprendemos o valor do silêncio e o uso adequado das palavras depois de muitos erros e conseqüências.
Em tempos de redes sociais e opiniões expostas, há palavras que jamais deveriam ser ditas e silêncios que jamais deveriam ser feitos. Porém, há uma grande diferença entre silenciar diante da própria dor e silenciar diante da dor do próximo. O silêncio diante de uma injustiça não é silêncio, é conivência. É compactuar com o opressor e acreditar que a sua segurança vale mais do que a justiça.
Em um episódio do seriado Dr.House (que em minha opinião não deveria ter chegado ao fim), o super sincero protagonista afirmou que “as pessoas são hipócritas, dizem que querem a verdade, mas vivem constantemente na mentira por terem medo de mostrar as suas reais vontades”.
E convenhamos, ele tinha toda a razão. Pessoas que ficam em cima do muro não merecem nenhum respeito. São egoístas e pensam em si como prioridade de vida. Pessoas verdadeiras são claras, confiáveis e justas. Falam o que pensam e aguentam firme as consequências,porque conhecem o motivo da sua posição e a justiça das suas palavras. Compartilho do mesmo pensamento de Rachel de Queiroz: “Gosto de palavras na cara. De frases que doem. De verdade ditas (benditas!). Sou prática em determinadas questões: ou você quer ou não.”
As palavras tem um poder imensurável. O silencio também. As palavras devem ser ditas com sabedoria e não por impulso. Não foram poucas as vezes que você disse “está tudo bem” enquanto sangrava por dentro, certo? E o motivo é comum a todos: não são todos os ouvidos que estão prontos para escutar nossa dor. Silenciar, às vezes, é necessário. Torna-se proteção, escudo, cura.
Mário Quintana acreditava tanto no poder das palavras que defendia o direito à verdade como poucos: “nunca diga te amo se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.”
Suas palavras devem refletir seus atos. Escolher as palavras certas, mostra equilíbrio entre o dizer e o fazer. Há momentos na vida que a palavra certa é um palavrão. Há momentos em que o português não está adequado à norma culta. E daí? Como diz Fernando Anitelli, “acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz…”
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