NOSSOS IDOSOS,QUANTO DESPREZO !!!!!!!!!!!.

Há algum tempo vinha pensando em escrever algo sobre os idosos e suas maiores dificuldades, principalmente sobre o sentimento de abandono.
Mas foi quando li o texto de Ana Fraiman, mestre em psicologia social pela USP (que pode ser conferido na íntegra: http://www.portalplena.com/vamos-discutir/1292-idosos-orfaos-de-filhos-vivos-sao-os-novos-desvalidos-do-seculo-xxi), que me dei conta da dimensão desse problema e como ele afeta milhares de idosos nos dias atuais.
Pensamos em tantas coisas que nos atingem enquanto "jovens" e que nos fazem mal, porém muitos se esquecem de cuidar dos responsáveis por nossa "bela juventude".
E essa "bela juventude" um dia acaba assim como a deles, e precisaremos de nossos filhos da mesma forma que eles precisam de nós. Então paremos para refletir sobre o exemplo que estamos dando e sobre os valores que estamos passando para uma próxima geração. Será suficiente para mim (no futuro) a atenção e o carinho que estou dando aos meus pais hoje? Eu ficaria feliz com isso?
Porque o que vemos, cada dia mais, é a falta desse carinho e dessa atenção. É o completo abandono de sentimentos pelas pessoas que mais nos amam nesse mundo, um retrato trágico da importância que se dá à cultura do individualismo justificada pela falta de tempo e pelo cansaço dos conturbados dias modernos.
Acontece que esse amor não pode esperar nem sofrer com a ausência, seja pelo motivo que for, tenha sido seu dia corrido ou não, esteja você cansado ou não. Ele adoece, ele chora, ele se sente só e rejeitado. E ele sofre em silêncio porque ainda assim ama seu filho e consegue enxergar alguma "desculpa" nesse comportamento inadmissível.
Ana Fraiman classifica perfeitamente essa situação: "Idosos órfãos de filhos vivos"! E eu acho ótima essa definição porque ela é forte e pode dar um bom chacoalhão no coração de alguns filhos que precisam acordar para a realidade e salvar a tempo seus pais de uma solidão profunda e dolorosa.
Eles até se cansaram de nós algumas noites, de contar mil vezes a mesma história pra gente dormir, de passar anos e anos fazendo o mesmo caminho para a escola e acordando no mesmo horário. Porém nunca desistiram, repetiam todos os dias que nos amavam (cada um do seu jeito), nos davam um beijo e um abraço depois do longo dia para nos sentirmos queridos e protegidos. Então por que vamos desistir deles agora? Por que nos achamos no direito de usar a justificativa do cansaço e da distância para não fazer uma visita, sentar alguns minutos para conversar e no final dar-lhes um grande abraço? Será que isso custa muito? Será que vamos querer passar por isso na nossa velhice inevitável?
Não podemos só querer vantagens nessa vida, principalmente em relação aos nossos idosos. Sim, porque hoje as pessoas se tornam independentes mais tarde devido às diversas dificuldades do mercado atual, e muitos continuam recebendo a ajuda e o suporte dos pais, já idosos, para que possam se manter estabilizados financeiramente. Disso muitos não abrem mão.
Então, não acho aceitável essa cultura moderna lançada por alguns profissionais do "bem estar" de que só devemos fazer o que queremos; se não tiver vontade não faça; seja mais você; pense somente na sua vida e seja feliz; etc. Não, o mundo não funciona assim! Ás vezes você tem que se sacrificar, se doar, fazer coisas que nem sempre tem vontade para ajudar alguém, abrir mão de algo para o benefício de um terceiro e não ser tão individualista. Lembre-se, um dia na sua vida alguém já fez isso por você para que se transformasse numa boa pessoa e para que tivesse boas oportunidades. Então retribua com o coração limpo e feliz!
Certa vez escutei de uma pessoa: "não pense tanto assim na sua filha, daqui a pouco ela cresce, vai embora, e você fica aí sobrando!"
Sim, ela crescerá, irá embora, mas acredito que terá bons motivos para voltar de vez em quando para bater um bom papo e abraçar sua mãe, pois certamente ensinei bons valores e enchi o coração dela de amor e companheirismo. Além disso, ela viu os avós serem tratados com o mesmo carinho e atenção.
Portanto, se faz necessária uma mudança urgente em nosso comportamento para que esse triste retrato seja revertido, e para que se instale um modelo verdadeiro de afeto e solidariedade que possa servir de exemplo para nossos filhos, perpetuando o amor e o acolhimento dos nossos idosos.


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