o que é a Distimia? de onde vem a irritação?


Saúde Integral

O que há por trás da irritação frequente? Conheça a Distimia



Eu Sem Fronteiras
Escrito por Eu Sem Fronteiras
Descubra padrões emocionais que desencadeiam a irritação.
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Todo mundo conhece uma pessoa que está sempre de mal com a vida. Aquele que quando vai ao cinema, sai reclamando, o tema foi mal explorado, os atores são inexpressivos, os cenários são mal feitos e os figurinos não condizem com a época. Abandonam um livro depois de poucas páginas, porque não conseguiu suportar os erros gramaticais e a superficialidade do enredo. Para essas pessoas nada é bom e as pessoas não lhe agradam. Levam tudo para o lado pessoal. Vivem com a cara amarrada, de cenho franzido, um olhar de reprovação e sempre prontos para brigar.
Momentos de mau humor são comuns. Quando as causas são resolvidas consegue-se voltar às atividades e, principalmente conviver com as pessoas de forma saudável. Porém, em algumas pessoas o mau humor estende-se por meses e até anos. Essa irritação frequente mascara a frustração pela incapacidade de controlar situações ou pessoas.
O mau humor e a irritação constantes têm um nome, distimia, palavra grega que significa mau humor. Por vários séculos serviu para definir a pessoa constantemente irritadiça. No entanto, hoje o termo distimia é empregado para classificar um tipo de depressão de moderada intensidade que pode se manifestar na infância e na terceira idade, porém, a maioria dos casos tem início na adolescência. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3% da população mundial – aproximadamente 180 milhões de pessoas sofrem desse transtorno. No Brasil, estima-se que a distimia atinge entre 5 e 11 milhões, segundo a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA). A maior incidência é nas mulheres, mas não tanto a depressão clássica. Na distimia, são duas mulheres atingidas para cada homem.
Sintomas
As pessoas com distimia possuem baixa estima, sempre fazem comentários de autodesqualificação. Tem elevado senso de autocrítica com quem está a sua volta. Os portadores desse distúrbio são inquietos, tensos e expressam suas emoções com gritos. Por enxergarem apenas o lado negativo das coisas, tornam os momentos difíceis ainda mais complicados. A intensidade dos sintomas varia de acordo com cada pessoa. Uma queda súbita nos níveis de testosterona causa alterações de humor nos homens. Ganho ou perda de peso superior a 5% em um mês, insônia ou excesso de sono também são sintomas observados no distúrbio.
Causas
As causas que afetam o humor: 10% são os acontecimentos da vida (felizes ou não), 50% é genética e os 40% restantes dizem respeito às atividades intencionais. Entenda-se por atividades intencionais ser otimista, cultivar as relações pessoais, ter metas pessoais, ações relacionadas com o corpo (esportivas) e práticas espirituais.
O Dr. Drauzio Varella destaca que os pacientes com distimia têm o mesmo padrão de sono das pessoas com depressão. A fase REM (Rapid Eye Movement) movimento rápido dos olhos, a fase onde acontecem os sonhos mais vívidos. Quem tem distimia essa fase do sono, o REM aparece antes dos 70 minutos. Varella ressalta ainda que as famílias dos distímicos há vários casos de depressão (pais, tios, primos, etc.).
  • Distimia e drogas
Muitas vezes, os distímicos fazem uso de drogas licitas, ilícitas e tranquilizantes, a fim de diminuir a irritação, a angústia e o mal-estar. O álcool, considerado o mais antigo tranquilizante, usado pelo homem pré-histórico para ficar mais calmo, em um primeiro momento proporciona relativa tranquilidade e melhora no humor. Passado o efeito da bebida, a irritabilidade volta com força maior. O consumo de drogas luta contra dois inimigos, traz um novo mal ao distímico, a dependência química.
Diagnóstico
De acordo com Varella, a diferenciação entre distimia e depressão é mais acadêmico do que prático, visto que o tratamento é feito com antidepressivos. Contudo, a principal diferença entre os dois distúrbios é que o deprimido perde a vontade de viver de uma hora para outra. Já os distímicos apresentaram quadros graves de depressão ao longo da vida. Pacientes com depressão quando retornam para a consulta após a medicação, apresentam animação e disposição. Para os distímicos é difícil estabelecer um padrão de normalidade, parece que nasceram mal-humorados.
Responda sinceramente as seguintes questões pensando no comportamento dos últimos dois anos. As respostas darão um panorama sobre a situação:
  1. Sente-se triste mais de quatro vezes por semana ou não se sente nem feliz nem triste na maior parte dos dias?
  2. É mal-humorado mesmo em situações em que todos parecem felizes?
  3. É agressivo?
  4. Sente-se incapaz de sentir prazer ou relaxar?
  5. Tem dificuldade para se concentrar?
  6. Tem baixa estima?
  7. Sente-se inferior aos outros?
  8. Tem dificuldade para se sentir feliz e satisfeito?
  9. Tem dificuldade em tomar decisões?
  10. Sente-se cansado ou sem energia?
  11. É rígido ou inflexível?
  12. Leva tudo para o lado pessoal?
Suicídio
shutterstock_163446683Muitos distímicos suicidam-se. Há quem não aguente a incapacidade de relaxar e não conseguir manter relacionamentos. Desses pacientes, 15 a 20% tentam suicídio. Na infância ou adolescência, 90% das crianças e adolescentes que tentaram ou cometeram suicídio são portadoras de doenças psiquiátricas, especialmente depressão, esquizofrenia e distimia.  

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