SER AUTÊNTICO E ESPONTÂNEO SIM, GROSSERIA NÃO.

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Quem tem o costume de ler os meus textos , sabe que uma das minhas pedras de toque é a busca por uma vida mais autêntica, que faça mais sentido para nós mesmos, sem excesso de obrigações chatas, sem a necessidade constante de cumprir protocolos.
Porém, ser espontâneo e ter uma vida autêntica não é sinônimo de ser grosseiro e ter uma vida irresponsável, sem consideração pelos sentimentos alheios. Ser espontâneo não é sinônimo de dizer coisas rudes às pessoas , emitir opiniões grosseiras não solicitadas, fazer julgamentos perversos pelo simples prazer de ferir quem discorda do nosso ponto de vista, pelo simples prazer de ferir quem não se encanta por nós.
Ter uma vida autêntica não é sinônimo de desonrar a própria palavra. Não é sinônimo de quebrar promessas ou fazer promessas apenas por brincadeira , jogando com as emoções mais profundas dos outros. Não é sinônimo de ser inconsequente ou displicente com os deveres profissionais, sociais , familiares etc.
Sim, nós temos o dever de honrarmos a nossa palavra. Sim, nós temos o dever de pedir desculpas quando pisamos na bola. Nós temos o dever de levar as pessoas a sério. Não devemos prometer o que não podemos ou não queremos cumprir. Não devemos blefar com os outros como se a vida fosse um jogo de póquer. Não devemos induzir os outros ao erro, às expectativas frustradas, às decepções. Se alguém quiser se enganar , é uma questão pessoal e intransferível. Induzir o outro a uma leitura equivocada da situação, dar pistas falsas, indícios confusos, pode ser muito cruel mesmo que a intenção não seja ferir ou enganar.
Faz parte de uma personalidade espontânea e de uma vida autêntica a consciência de que a nossa liberdade termina onde começa a do outro. Que a liberdade e o bem estar do outro são tão valiosos quanto a nossa própria liberdade e bem estar.
Faz parte de uma personalidade espontânea e de uma vida autêntica o entendimento profundo de que não somos obrigados a prometer nada, de que não somos obrigados a nos responsabilizar por nada, mas que se optamos por nos responsabilizar , devemos cumprir os nossos deveres da melhor forma possível.
Faz parte de uma personalidade espontânea e de uma vida autêntica o desprendimento da necessidade de agradar a todos, de obter a aceitação de todos. Por outro lado, não correr atrás da aceitação alheia não significa hostilizar quem não reza pela nossa cartilha.
Não somos obrigados a fingir simpatias e afetos que não sentimos. Não somos obrigados a abrir mão daquilo que é importante para nós para nos adequarmos à vida dos outros. Não somos obrigados a ajudar quem só nos usa e se aproxima unicamente para pedir favores, virando as costas quando somos nós que precisamos de um apoio de qualquer natureza.
Ninguém deve se anular por ninguém. Não devemos deixar de sermos nós mesmos para agradar. Por outro lado, não precisamos sair pelo mundo alfinetando, hostilizando , colocando as pessoas em situações desconfortáveis ou manipulando-as para que elas se adequem a nós e às nossas necessidades.
Infelizmente , muitos confundem condutas levianas com um estilo de vida livre , rotulando as pessoas que respeitam os sentimentos alheios de chatas. Infelizmente, muitos confundem espontaneidade com um caráter maldoso, sempre pronto a vomitar rótulos na cara de quem quer que seja.


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