O CANSAÇO FAZ PARTE DO TRABALHO DE SER MULHER

O Cansaço Faz Parte do Trabalho de Ser Mulher – Mas Que M…

cansaço
Mulher é um bicho que está sempre cansado. É a nossa sina; até as dondocas “socialaites” cheias da grana e que não fazem nada que não seja fútil, estão sempre cansadas.
Eu, pelo menos, não conheço nem nunca conheci, nem sequer de ouvir dizer, uma mulher que não estivesse cansada. E a mulher que eu conheço melhor que todas, euzinha, myself, está sempre, sempre, always cansada. E sem coca-cola.
É sério: o cansaço é tanto e tão permanente, que já me acostumei com ele; é como se fosse o meu estado natural. Você nunca me ouve dizer “Estou cansada”. Eu nem pensaria em dizer semelhante obviedade; seria como anunciar: “Estou respirando”.
Bom, às vezes eu digo coisas como “Estou cansada das frescuras da Fulana”, mas você entende; é um cansaço metafórico, né. O cansaço físico e mental não precisa ser anunciado porque ele está sempre lá.
E eu não sou a única.
Porquê estamos empre cansadas?
Por causa daquele maldito personagem mítico-mitológico-inexistente: a super-mulher. A super-mulher poderia ser personagem principal de outro Continho de Fadas Cretinas. Porque a super-mulher só pode ter sido invenção de uma fada muito, mas muito cretina.
Compare a super-mulher com sua contraparte masculina, o Super Homem. Ele tem dois trabalhos: salvar donzelas em perigo, e ser repórter do Planeta Diário. Mas ninguém fica bravo quando ele abandona de chofre, sem explicação alguma, o trabalho de repórter e vai salvar mundo. Ninguém faz acusações como “você não me ama mais”, “sua mesa não está limpa” ou “você é um mau pai”.
Por acaso o Super Homem se sente culpado por largar tudo para se dedicar ao trabalho que ele considera mais importante? Nããããão, claro que não. Porventura ele tenta fazer tudo ao mesmo tempo, e fica fazendo serão no Planeta Diário, para cobrir as horas que esteve fora? Não senhor.
Já a super-mulher é muito diferente. Ela não tem dois trabalhos: tem cinquenta e dois mil quinhentos e vinte e três, mais ou menos. Se for mãe, setecentos mil trezentos e oitenta e nove. E ela tem a obrigação de cumprir todos eles a contento – a contento dos demais, claro. Chefe, colega, namorado, marido, filhos, mãe, pai, avó, tio-avô; todos eles exigem que ela cumpra o trabalho de forma a deixá-los satisfeitos, cada um pelo seu lado.
E ela tenta. E se esfalfa, e se escabela, e se rasga em tiras, na eterna tentativa de agradar à todos, cumprir todos os compromissos, entregar tudo no prazo, resolver todos os problemas, ser tudo pra todo mundo o tempo todo.
Parece impossível? É absurdamente impossível. Mas a super-mulher é teimosa, cabeçuda. Ela não desiste nunca, e sonha com um dia de 30 horas, em vez de sonhar com os anjos, ou ter sonhos eróticos. Aliás, ela não dorme: ela desmaia, aterrisa, cai num blackout.
A super-mulher não sabe dizer não. Mais um projeto? Eu cuido disso. Bolinho pra reunião na escola? Eu faço. Jantar pro chefe do marido? Eu cozinho. Casa suja? Eu limpo. Roupa suja? Eu lavo. Tia doente? Eu cuido. Problema com o professor? Eu resolvo. Briga com o namorado? Eu escuto, apóio, dou força. Reunião de condomínio? Eu vou. Festa de aniversário? Eu planejo e preparo. Visitas? Eu atendo. Seja lá o que for que precisar, eu dou um jeito.
Como é que um ser humano não vai estar sempre cansado, desse jeito? Agora, ironia das ironias, uma coisa para a qual a super-mulher nunca arranja tempo é o sexo. Primeiro, porque todas as outras exigências/tarefas são mais importantes; segundo, porque geralmente a mulher não sente tesão quando está cansada.
É aquela coisa: o homem transa pra relaxar, a mulher precisa estar relaxada para transar. Nhé.
A culpa
A super-mulher tenta ser esse ser mitológico e todo-poderoso, mas não consegue. Não consegue porque é impossível; é uma meta simplesmente irrealizável. Para piorar as coisas, em vez de perceber que está perseguindo um objetivo inalcançável, ela se sente culpada por aquilo que considera uma falha sua: a impossibilidade de ser e fazer tudo para todo mundo o tempo todo.
Se está trabalhando, se sente culpada por não estar em casa, com a família, limpando, cozinhando e sendo mãe/esposa/amiga. Se está em casa, com os amigos ou com a família, sente culpa por não estar trabalhando, estudando, explorando seu potencial.
Ela é tão exagerada, que sente culpa por sentir culpa!
Vamos Parar?
Para se livrar da síndrome da super-mulher, parar de sentir uma mártir e deixar de estar cansada o tempo todo, nós temos que:
  • Aprender a dizer não. Não é saudável dizer sim o tempo todo, só por medo de desagradar o interlocutor.
  • Delegar. Não é necessário que todas as tarefas possíveis e existentes sejam cumpridas por nós.
  • Aprender a exigir nosso espaço e nosso tempo. O mundo não vai acabar se colocarmos as pernas para o ar por 15 minutos.
  • Aceitar o fato de que não podemos fazer tudo, nem nunca poderemos. Somos apenas humanas.
  • Reconhecer que precisamos descansar, comer, espairecer.
  • Prestar atenção às necessidades do próprio corpo.
  • Aprender a distinguir entre o que realmente é imprescindível que façamos, e o que não é realmente necessário.
  • Escolher o que queremos fazer.
  • Cuidar um pouco de nso mesmas, para variar.
  • Lutar contra a culpa. Fazemos o melhor que podemos, e isso é suficiente!
Essas são apenas algumas idéias; algumas condutas mais saudáveis do que brincar de super-mulher. É difícil, eu sei; quem não sofrer dessa síndrome que atire a primeira kriptonita!
Mas temos que tentar. Eu, por exemplo, estou cansada de estar cansada.
E você?

DEUSARIO.COM.BR

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