A IMPORTÂNCIA DO ALIMENTO NO NOSSO HUMOR
Os alimentos têm papel decisivo no funcionamento dos neurônios. E podem até ajudar na prevenção das doenças psiquiátricas, como a depressão.
Felicidade. Existe receita? Os mais recentes estudos dizem que o humor de uma pessoa pode variar de acordo com aquilo que ela põe no prato. Os alimentos têm papel decisivo no funcionamento dos neurônios. E podem até ajudar na prevenção das doenças psiquiátricas, como a depressão. Para colocar felicidade no cardápio, basta saber quais são os ingredientes que podem mudar a cara do seu dia.
Comer até ficar triste. Se a base da alimentação tem calorias demais e nutrientes de menos. Essa tristeza pode ganhar outro significado.
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Uma pesquisa da Universidade de Las Palmas na Espanha com 21 mil voluntários associa o consumo exagerado de alimentos ricos em gorduras trans e saturadas com a depressão.
Aumenta em 30% a 40% o risco diz um dos responsáveis pelo estudo, o professor Miguel Gonzales da Universidade de Navarra.
Quem apresenta quadro de depressão, tem maior tendência de ser hipertenso, ter diabetes, pré-diabetes ou colesterol alto.
O professor explica que a depressão e as doenças cardiovasculares compartilham os mesmos mecanismos.
Pessoas com depressão apresentam alterações no sistema cardiovascular e uma inflamação generalizada. Os neurônios diminuem de tamanho e a comunicação entre eles fica comprometida. Faltam substâncias que protejam o cérebro. Muitas encontradas nos alimentos.
“Pessoas que estão comendo muito esses tipos de gorduras, talvez estejam mais vulneráveis a depressão. São pessoas que não se cuidam, são pessoas que comem as junkie foods, as comidas porcarias”, afirmou o psiquiatra Kalil Duailibi.
“Eu consumia muita fritura, muita massa, muito carboidrato, eu cheguei a engordar 15 quilos”, contou a dona de casa Denise Sallum.
O peso emocional, Denise não conseguiu suportar. Há cinco anos ela teve depressão e síndrome do pânico depois de passar pela fase mais terrível da vida.
“A perda de entes queridos, a separação dos meus pais, e culminou com três assaltos que nós sofremos em São Paulo. Eram choros constantes, era um mal estar constante, um sono muito forte, uma vontade de ficar deitada o tempo inteiro, de não fazer nada. Era uma sensação muito ruim”, lembrou Denise.
O início do tratamento foi a base de remédios. Mas a manutenção é com a mudança na alimentação orientada por um nutricionista.
“As torradas, os pães, não eram integrais passaram a ser integrais. Os biscoitos recheados foram substituídos por cookies saudáveis com castanhas, introduzimos a kinua em flocos, a linhaça, o gergelim”, contou Denise.
Os estudos comprovam: a receita para prevenir a depressão passa por alimentos que tenham triptofano. Essa substância aumenta a produção dos neurotransmissores, responsáveis em levar impulsos nervosos ao cérebro. Entre eles está a "serotonina", o elixir do bom humor.
“Esses alimentos como a banana, o abacate , o grão de bico e a lentilha, eles são extremamente importantes em dois níveis, um no estímulo direto de serotonina e no estimulo também dos fatores protetores dos neurônios. Com esses alimentos você consegue uma boa ação protetora contra a depressão”, afirmou Kalil.
Como é rico em gordura, a recomendação é de apenas um quarto de abacate por dia. Já a banana deve ser prata ou nanica. A lentilha e o grão de bico ainda tem fibras, ajudam no funcionamento do intestino.
Outro guardião dos neurônios é o selênio. Encontrado nas oleaginosas como nozes e castanhas. A proteção para o cérebro fica completa com azeite de oliva e frutas.
“Seria indicado que as pessoas pudessem comer frutas vermelhas principalmente, que já tivessem antocianinas. Onde se existe isso? Em cerejas, em framboesas, então seria muito interessante a amora. O açaí também tem uma quantidade de antocianinas”, disse Kalil.
Denise tem dois filhos adolescentes e uma menina de 7 anos. Por orientação da nutricionista, estendeu a mudança na alimentação para toda a família.
“É como se fosse uma prevenção, de que eles também pudessem ficar ansiosos, depressivos, é uma tentativa de mãe de prevenir meus filhos”, contou Denise.
A intuição de mãe está em compasso com outra descoberta da ciência. Quando os neurônios são fortalecidos desde cedo a chance de desenvolver a depressão diminui.
“Eu aconselharia pais cujos filhos tivessem alguma propensão a ter depressão que pudesse na alimentação incluir peixes, tipo salmão, atum gordo, sardinhas, são alimentos que são mais ricos em Omega 3 , que deveriam fazer parte quatro vezes por semana por exemplo dos pratos. Pelo menos uma castanha do Pará e pelo menos duas nozes ao dia, na alimentação dessas crianças.
Bom humor no prato. Brócolis e verduras verde-escuras têm ácido fólico e atuam como antidepressivos naturais. O potássio da batata diminui a sensação de cansaço. Laranja auxilia no combate ao stress. E cereais ricos em fibras como aveia, se tornaram a fonte de energia de Denise.
O exemplo dos pais é fundamental para as escolhas felizes.
“Os mais velhos ainda têm um pouco de resistência a introdução de alimentos saudáveis”, disse Denise.
“Um refrigerante, um hamburguer agora também ia bem. Faz falta”, explicou Gustavo Sallum, de 17 anos.
“Eu me esforço mais que ele, mas sinto falta também”, contou Gabriel Sallum, de 15 anos.
No cardápio da felicidade só não pode faltar um ingrediente. O carinho da família.
fontewwwg1.com.br
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