INGRATIDÃO!
INGRATIDÃO
As palavras e eu somos tão íntimas que travamos longos diálogos a sós. Em face de tanta intimidade hoje vou dizer a verdade, que também pode ser a sua, ou posso alugar, emprestar ou descortinar pra você .
Pensei em falar de ingratidão, mas essa palavra me sugere obrigação implícita, uma total necessidade de reciprocidade em relação a gestos ou sentimentos e com isso não concordo. No entanto é de bom tom sabermos distinguir a diferença entre gratidão obrigatória e atos dignos ou falta de integridade em cada história. Não existe obrigatoriedade em absolutamente nada, pra mim a única obrigação que qualquer pessoa deve ter é com a sua consciência. Claro que isso nem todos tem, ou muitos a mantém elástica, de acordo com o que lhe convém, de acordo com seu egoísmo, com o próprio abismo que procuram. Quero falar de pessoas que cospem no prato em que comem.
Você se encaixa nesse padrão? Espero sinceramente que não, porque pessoas assim nada acrescentam e só aumentam a descrença de muitos no ser humano, pessoas assim são um engano.
Pessoas que cospem no prato em que comem são aquelas que se mostram solícitas, amigas, gentis, que tem sempre um sorriso no rosto pra oferecer, mas apenas com o intuito de merecer (seu carinho e sua amizade). São aquelas que aceitam de bom grado qualquer agrado, são aquelas que vivem tomando seu tempo e seu espaço, são as que tem um sério desvio num traço (de personalidade ou de caráter) são as que posam de bons/as moços/as, são as que se movem apenas por seu próprio interesse, só que você nada percebe, porque essas pessoas são hábeis no disfarce e estão muito envolvidas no papel que representam com empenho, a ponto de convencer não só a você como a maioria. Amigos, filhos, pais, amantes, namorados, todos entram na estatística dos mutilados, dos fragilizados que sofrem as penas impostas pelos tais ingratos. Pessoas ingratas agem com covardia porque se aproveitam da sua autenticidade, são as que te prendem sem direito a fiança, são as que esquecem dessa aliança na vida e te cativam de uma forma total. Infelizmente depois, essas pessoas te fazem mal, quando você percebe que foi apenas mais um número no placar geral. Assim sem aviso prévio, os ingratos esquecem todos os momentos de cumplicidade, esquecem que você foi verdade, esquecem até da cilada, do circo que armaram, porque na lona dos esquecimentos te deixaram....
Pessoas que cospem no prato em que comem são as que expelem depois tudo o que ficou oculto de propósito, são as que de repente sacam todo o depósito (da conta conjunta no banco das memórias), são as que cantam vitórias a custa do teu respeito, são as que provocam nós cegos no teu peito, são as amargas que querem contaminar com sentimento de astúcia todos em quem tocam. São as que te viram as costas sem nenhum motivo, são as que levam junto com elas teu sorriso.
Ingratidão pra mim é jogar fora o reconhecimento da felicidade que o outro desavisado (desarmado) sentiu quando escolheu como amigo alguém assim.
Pessoas verdadeiras as vezes não enxergam o perigo da mentira, do disfarce, da máscara da deslealdade, porque oferecem humildade até nas emoções. O ingrato passa pela vida agarrado a frieza, ao deboche, a ironia, entra em sintonia e usa de sutileza, mas só até conseguir o que quer, concluir o planejado pela própria esperteza. Depois o ingrato vira as costas pro outro, perde a memória, esquece os momentos bons da história, pisa, fere... E o outro não digere, não entende aquilo que não tem explicação, mas que traz desilusão. Pessoa que cospe no próprio prato não merece nenhum trato, não é gente (no sentido que acrescenta).
Pessoa assim ingrata maltrata, machuca. Quem aguenta?
Por: Dalia Hewia
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