AMOR PLATÔNICO/PAIXÃO PLATÔNICA,JÁ OUVIU FALAR?

Amor platônico traz sofrimento; saiba como sair da fantasia
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Simone Cunha
Do UOL, em São Paulo
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    Comuns na adolescência, as paixões platônicas devem despertar atenção na fase adulta
    Comuns na adolescência, as paixões platônicas devem despertar atenção na fase adulta
A advogada paulistana Mônica Maia, 48, alimentou uma paixão durante 13 anos por um rapaz que conheceu durante uma viagem de férias. Quando o sentimento surgiu, ela tinha apenas 15 anos. "Durante o curto intervalo de tempo em que convivemos nada foi dito ou consumado. Mas mantivemos contato por meio de cartas carregadas de romantismo, o suficiente para me fazer mergulhar de cabeça na fantasia", diz.

ONDE SURGIU A EXPRESSÃO?

Do ponto de vista filosófico, o amor platônico não implica em sofrimento e resignação. O termo "platônico" deriva de "O Banquete", escrito por Platão no século IV a.C., obra em que o filósofo discorre sobre as diferentes maneiras de entender e praticar o amor.

Para José Cavalcante de Souza, professor aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo (USP) e autor da tradução brasileira de "O Banquete" (Coleção Os Pensadores), amor platônico é apenas um amor intelectual, e nada ter a ver com um sentimento não correspondido.

Segundo ele, provavelmente faltou compreensão na hora de interpretar a obra filosófica e a ideia original foi deteriorada. Para ele, amor platônico é apenas um amor que "quase todo mundo deve sentir em algum momento de sua vida".
Depois disso, ele foi morar fora do país e só deu notícias após dois anos, quando enviou uma carta a Mônica. Quando o rapaz voltou ao Brasil, a advogada decidiu encarar a situação. "Cansei daquela indefinição, daquele jogo de sedução doentio de ambas as partes, porque não conseguíamos nos desvencilhar desse vício que se arrastava por tantos anos", diz ela. A esperada primeira vez do casal não foi tão parecida com aquelas de novela. "Foi apenas um protocolo que devia ser cumprido para fechar um ciclo. Sem a ilusão, enxerguei que meu príncipe era um sapo. Aquela beleza que me hipnotizava escondia uma pessoa vazia, sem encantos", afirma. 
Os amores platônicos são comuns na adolescência e fazem parte do processo de formação, segundo o psiquiatra Raphael Boechat, professor na área de psiquiatria da Universidade de Brasília (UnB). Mas o quadro deve despertar atenção se a pessoa chegar à fase adulta cultivando paixões não reais, pois isso pode trazer prejuízos e sofrimento. 
Segundo Boechat, há alguns tipos de pessoas que são mais propensas ao amor platônico. "Pessoas com dificuldade de se relacionar, que vivem mais isoladas, têm excesso de timidez e baixa autoestima, por exemplo, podem sofrer mais de amores secretos". 
wwwmulher.uol.com.br

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