GEMEOS DEVEM SER TRATADOS COMO IGUAIS ?MITOS OU VERDADES?



Eles devem ser tratados como iguais

Mito. De acordo com a psicóloga clínica Maria Elizabeth Barreto de Pinho Tavares, os pais costumam agir como se os gêmeos, principalmente os idênticos, fossem uma pessoa só – colocando roupas iguais, por exemplo. Porém, esta atitude pode promover uma confusão muito grande para eles, inclusive de identidade. “Não se deve tratar um como réplica do outro, mas sim, cada um deles como único”, diz. É necessário, com isso, que os pais sempre procurem perceber as características individuais de cada um para que possam responder a elas.


Segundo a especialista, também autora do livro “Conversando sobre gêmeos” (edição independente), mesmo no caso de gêmeos univitelinos, na maioria das vezes eles costumam ter muitas diferenças de temperamento e comportamento. E os pais, se estiverem atentos, poderão perceber isso desde os primeiros meses dos filhos. Para a psicóloga e psicanalista de Uberaba Ilcea Borba Marquez, autora de uma dissertação de mestrado sobre gêmeos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os pais devem saber que a criação de gêmeos não inviabiliza a diferenciação entre eles, mas dificulta um pouco a vida em um mundo onde a busca por “ser único” é preferência.

Incentivar a construção da personalidade de cada um, portanto, é necessário. Para começar, Ilcea lembra que se referir ao filho como “gêmeo” ao invés do nome dele já não é uma boa ideia. E muito menos vesti-los com roupas iguais com frequência. A gerente de vendas Eli Pereira Borba, de 46 anos, soube disso desde que se tornou mãe de gêmeas, há 20 anos. “Quando soube que estava grávida de gêmeas fui orientada a proporcioná-las vidas independentes, coisa que eu já imaginava. Então não colocava roupas iguais e elas sempre estudaram em classes diferentes. Até o corte de cabelo era feito distintamente”, diz. 

Não respeitar os gêmeos em suas individualidades, de acordo com Tavares, pode lhes proporcionar um incômodo que não é banal. “Possibilitar o desenvolvimento da identidade é o principal. Caso não aconteça, no futuro os gêmeos poderão ter dificuldades em terem vida própria ou fazerem escolhas pessoais e profissionais”, conta. 



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Muitas vezes nem os pais conseguem identificar os irmãos. A dica é colocar uma pulseirinha até ficar mais fácil saber quem é quem
Não há rivalidade entre eles 

Mito. É natural que entre irmãos haja um determinado nível de rivalidade. Principalmente no sentido de haver uma disputa pela atenção dos pais, familiares ou amigos em comum. Entre gêmeos não é diferente. Além disso, cada um precisa encontrar um espaço só para si e ter uma réplica sua não ajuda muito. “Ao mesmo tempo em que uma mãe cuida de um gêmeo, enquanto o alimenta, por exemplo, é possível conseguir fazer-se presente para o outro através da fala e até de contatos físicos”, diz Maria Elizabeth. 

Porém, de acordo com a psicóloga e terapeuta familiar Marina Vasconcellos, é possível que os gêmeos briguem até menos do que os irmãos de diferentes datas de aniversário. “Os gêmeos já nasceram dividindo o espaço, então nunca tiveram a experiência de serem filhos únicos”, diz a especialista. 

No caso das filhas gêmeas de Eli, Débora e Lygia, sempre existiu competição entre elas. “Fico preocupada. Direta ou indiretamente, elas sempre competiram pela minha atenção, da irmã mais velha e dos amigos em comum”, conta. A concorrência entre elas, para Eli, acabou sendo um desgaste emocional. Uma das atitudes tomada pela mãe foi separar as festas de aniversário em dias diferentes a partir dos oito anos de idade das meninas. “Elas foram apresentando personalidades e gostos distintos. Uma queria convidar a escola inteira e a outra queria algo mais intimista”. 

Eles costumam ser comparados um com o outro

Verdade
. Mas assim como eles não devem ser olhados como uma só pessoa, comparações assíduas também não devem acontecer. De acordo com a pediatra Renata Dejtiar Waksman, do Departamento Infantil do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, realmente não é porque um tem uma habilidade específica que o outro deve ter também, por exemplo. Os gêmeos terão necessidades e vontades distintas, e isso há de ser preservado. Afinal, eles precisam ter identidades próprias e devem saber que um pode ser diferente do outro. 


Evitar com que eles fiquem na mesma classe da escola pode ajudar para que comparações não sejam tão freqüentes. Segundo uma das filhas de Eli, Lygia, comparações acontecem o tempo inteiro. “Isso já acontece entre irmãos, mas por sermos gêmeas é muito mais comum”, diz. “Sua irmã não faria isso” é uma das frases que ela já ouviu inúmeras vezes, seja da família ou de amigos. Porém, com o tempo, ela conta que esse tipo de acontecimento começou a passar batido para ela e para Débora. “A gente passou a não levar tanto em consideração”, diz.

Um sente o que o outro sente e vice-versa

Não comprovado.
 Para a autora do blog “Vizinhos de Útero” Jemima Pompeu, de 42 anos, isso realmente acontece. Mesmo vivendo distante da irmã, Kesia, desde os 15 anos de idade – uma mora no Brasil e a outra nos Estados Unidos –, vira e mexe ela tem sonhos premonitórios e diz sentir quando alguma coisa acontece com Kesia. Ela conta que já sonhou que a irmã estava presa em um aeroporto e não conseguia sair. Dias depois descobriu que Kesia esteve no Equador a trabalho e, após ter sido assaltada – perdendo assim todos os documentos –, teve que ficar em um hotel até conseguir resolver o problema. “Ela passou por tudo aquilo e eu senti a angústia dela”, diz. 


A psicóloga Maria Elizabeth diz não saber se a ciência, em algum momento, chegará realmente a ter clareza sobre isso. “Acredito que há muita história folclórica em cima disso. Não há comprovação científica alguma”, diz. Pensar que a história de Jemima é uma coincidência, portanto, é normal que aconteça. A pediatra Renata diz também, assim como as outras especialistas, de que não há nada comprovado, mas admite que os gêmeos, normalmente, têm uma “conexão muito forte”.



fonte delas.ig.com.b

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